abril 3, 2025
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O MERCADO FITNESS NO BRASIL

A Indústria Fitness Academias de Ginástica são “centros de atividades físicas onde se presta um serviço de avaliação, prescrição e orientação de exercícios físicos, sob a supervisão direta de profissionais de educação física” (TOSCANO, 2001, p. 41).

Um dos significados da palavra fitness, de origem inglesa, é “em bom estado”, ou seja, “em forma”. Assim, essa palavra é largamente utilizada para designar uma área de atuação dentro das academias de ginástica, compreendendo os departamentos de ginástica e musculação (SEBRAE, 2010).

Dados da ACAD apontam que existem 33.157 academias em todo o Brasil e quase 8 milhões de alunos, movimentando cerca de US$ 2,5 bilhões, de acordo com o levantamento realizado pela Associação em 2014.

Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontam que a Indústria do Esporte no Brasil movimentou, sozinha, de 1995 a 2005, algo em torno de R$ 20 bilhões por ano, atingindo crescimento médio de 10,86%, enquanto o Produto Interno Brasileiro (PIB) avançou à taxa média anual de apenas 2,3% verificados no mesmo período (FGV/EBAPE, 2008).

O Brasil é o segundo em número de academias, perdendo apenas para os Estados Unidos, e o maior do setor na América Latina.

O país está entre os 18 países com maior número de academias por habitante, segundo a pesquisa Global Report 2015, realizada pelo IHRSA (International Health, Racquet & Sportsclub Association).

O segmento de Academias de Ginástica e Condicionamento Físico passa por um período de alta contínua há anos (de 15 mil academias em 2010 para mais de 30 mil em 2014).

Isso acontece por vários motivos, mas principalmente devido a uma mudança de comportamento do brasileiro. Se antes a atividade física era quase que exclusividade de entusiastas da boa forma, hoje questões como qualidade de vida, saúde e bem-estar levam um público cada vez mais diversificado para as academias.

Além disso, aumenta também o interesse por parte de empresas que firmam convênios com as academias, seja para oferecer aos seus colaboradores planos com descontos (ou até mesmo arcar com 100% dos custos) ou implementar academias em suas próprias instalações, em parceria com marcas já estabelecidas no mercado e com know-how para o exercício da atividade.

Segundo o instituto Great Place to Work, no levantamento das 100 melhores empresas para trabalhar no Brasil (2012), 31% possuíam academias em suas dependências; 37% ofereciam subsídios para atividades físicas e 92% tinham alguma ação relacionada à prática de atividades coletivas.

Para o Journal of Occupacional & Enviroment Medicine (2008), entre os benefícios dos programas de atividade física nas empresas, estão: redução de estresse (40%), aumento de motivação (38%) e redução de faltas ao trabalho (22%).

Este é, portanto, um mercado com grande capacidade de gerar distribuição de renda, não apenas através do aumento de alunos nas academias, mas também do incremento de todo o ecossistema do qual faz parte, incluindo fornecedores de vários segmentos (arquitetura, engenharia, decoração, máquinas, mobiliário etc) e colaboradores de várias áreas, como professores de educação física, administradores, recepcionistas e muitos outros.

Não obstante as grandes redes de academias venham despontando especialmente no eixo Rio – São Paulo, o mercado fitness brasileiro é muito pulverizado, de sorte que nele os empreendedores individuais e micro e pequenas empresas ainda encontram oportunidades.

O ESPAÇO PARA CRESCIMENTO
O mercado fitness tem buscado ofertas originais e novidades que potencializem sua força com relação à atração de novos clientes e manutenção dos existentes. Entretanto, a superação da alta rotatividade no consumo das práticas corporais ainda se configura como um dos grandes desafios atribuídos às academias de ginástica, visto que demanda investimento permanente em técnicas de inovação no que se refere tanto à atração de novos consumidores quanto à retenção daqueles já conquistados (MASCARENHAS et al, 2007).

Em 2015, o Ministério do Esporte lançou o primeiro Diagnóstico Nacional do Esporte. A pesquisa teve como objetivo conhecer o perfil do praticante de atividade física e também quem está do lado oposto, o sedentário.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa é considerada ativa quando pratica alguma atividade física pelo menos três vezes por semana, em seu tempo livre, com duração mínima de 30 minutos.
O sedentário é aquele que não faz nenhum tipo de atividade física ou esporte.
No Brasil, 45,9% da população é sedentária. Isto é, 67 milhões de pessoas não fazem atividade física. A maior parte são mulheres (50,4%). Além disso, quanto mais velha uma pessoa é, mais sedentária.

O índice de sedentarismo brasileiro supera o de países como EUA (40,5%), Rússia (20,8%), China (31%) e Índia (15,6%), mas fica atrás do de países como Argentina (68,3%), África do Sul (52,4%) e Portugal (53%).
A pesquisa perguntou também se as pessoas tinham consciência dos riscos da vida sedentária. A maior parte disse que “sim, mas não me esforço para a prática” e “sim, mas não tenho tempo para a prática”. Apenas 12% disseram não gostar de praticar atividades físicas.
Foi constatado ainda que o abandono das atividades físicas acontece principalmente entre os 16 e 24 anos, que coincide com o período em que o indivíduo sai da escola para o mundo do trabalho.
No Brasil, 25,6% das pessoas são praticantes de esportes e outros 28,5% são praticantes de atividades físicas. Os homens (35,9%) declararam praticar mais esportes, enquanto as mulheres (34%) preferem as atividades físicas.

Entre as pessoas que declararam praticar atividades físicas, a caminhada foi a mais citada, com 45,7%. A prática aparece também entre os esportes mais praticados porque cabia ao entrevistado classificar sua prática como atividade física ou esporte.
Com o aumento da idade do praticante, as atividades “caminhada”, “andar de bicicleta” e “ginástica” ganham mais adeptos.

Quase um terço dos brasileiros que praticam esportes o fazem em instalações esportivas pagas, como clubes, ginásios e academias. Só 5,1% praticam na própria casa ou no condomínio.
A principal razão apontada pelos entrevistados para praticar esportes e atividades físicas foi a busca por melhorias na qualidade de vida.

SEGMENTOS DE MERCADO

O mercado fitness contemporâneo é marcado pela heterogeneidade, e a tendência, segundo especialistas, é que as academias busquem se diferenciar cada vez mais, seja por meio da oferta de equipamentos modernos, modalidades e atividades esportivas diversas e tecnologia de ponta, seja por meio da especialização em nichos específicos, como o feminino, o da terceira idade, o dos atletas, entre outros.

Assim, devido à alta competitividade do setor estimulada pelo seu desenvolvimento, as organizações têm utilizado a estratégia de diferenciação pela inovação como principal mecanismo de distinção com relação aos concorrentes e obtenção de competitividade (PINHEIRO, I.; PINHEIRO, R., 2006).

Todavia, em desacordo com as tendências apontadas, academias de ginástica que, assim como a Smart Fit, apresentam um modelo de negócio ímpar na realidade da indústria fitness brasileira, com uma estrutura de custos enxuta e preços acessíveis às camadas até então marginalizadas desse mercado, têm encontrado condições de expansão diferenciadas no contexto nacional, graças à ascensão das classes C e D (SEBRAE, 2010).

O segmento de mercado é uma parte do mesmo mercado que estávamos abordando acima. é um “grupo de consumidores” com características, necessidades e preferências homogêneas. muito usado pelo marketing, no nosso mercado por exemplo temos diversos exemplos de segmentação com os modelos de micro gym que usam uma modalidade como âncora e diversificam as aulas com temas o objetivos complementares ao tema principal como por exemplo estudios de spinning, treinamento funcional, cross fit, academias para terceira idade, escalada etc….

Esse modelo de academia de maneira geral funciona com horários marcados de aulas, gerenciados por aplicativos de reserva e venda de aulas avulsas, pacotes ou planos.
São uma excelente opção, com uma gestão simplificada de produtos e serviços, investimento menor que no modelo de Academias “All Inclusive” e operação mais direcionada e enxuta.

A EMPRESA – DEFININDO SEU DNA

Para que uma empresa prevaleça frente aos seus competidores, ela deve preservar uma característica singular, capaz de convencer os consumidores de que ela representa a melhor solução para as suas necessidades (PORTER, 1996). Nesse sentido, a estratégia competitiva de uma organização consiste em ser diferente. Significa escolher deliberadamente um conjunto diferente de atividades para fornecer uma combinação única de valor (PORTER, 1996).

A identidade organizacional é um conjunto de conceitos que buscam transparecer a essência da sua marca e coloca-la no papel. A intenção é que não apenas uma pessoa, mas sim toda a empresa passe a compartilhar do mesmo norte, sabendo para onde querem ir, porque almejam isso e quais as características que impulsionarão o alcance das metas e objetivos. Portanto, a identidade organizacional é fundamental para o alinhamento geral de uma organização com seus colaboradores.

Conforme abordamos na explicação sobre gestão participativa, é fundamental saber quem somos para saber para onde vamos, como vamos e com quem vamos.

Uma identidade bem definida impacta nas tomadas de decisão para posicionar a marca, negócio, operação e execução do dia a dia, facilitando muito a construção de bases sólidas e duradouras.

Além de criar sua identidade a empresa tem outro desafio que é transferir essa identidade para os seus representantes em todos os níveis. nas empresas de serviços o contato com o cliente é frequente e se os colaboradores tiverem clareza que suas atitudes representam a imagem da empresa as práticas cotidianas e feedbacks vão promover um cultura organizacional que ficará impregnada positivamente em todos, fazendo que o usuário perceba seus diferenciais na atitude de ada colaborador.

Nas empresas que ainda não foram constituídas, novas academias esse trabalho normalmente é feito só com a participação dos acionistas, agencias e consultorias contratadas, transferindo para 100% dos colaboradores a identidade desde a apresentação do processo seletivo até “sempre” em cada oportunidade diária de comunicação e convívio na empresa.

Nas empresas já constituídas e em operação temos que fazer ou refazer a identidade, considerando que já existe uma “identidade própria”, que pode não ter sido a “imaginada” ou “programada” pelos acionistas, mas acabou “colando” na marca.

Nesta condição partimos para o envolvimento da alta direção na busca do posicionamento ou reposicionamento se for necessário da visão, missão e valores para posteriormente envolver as equipes táticas e operacionais na sensibilização e validação dessa “nova identidade”.

O que seria o planejamento estratégico de uma empresa sem identidade?
o dna da empresa deve estar gravado na mente de todos os colaboradores de dará direção para as políticas internas e externas, tomadas de decisão e contratações dos colaboradores que representam a empresa no dia a dia.

Em cima da visão, missão e valores e do seu posicionamento de mercado é que são traçados os objetivos, de curto, médio e longo prazo. nesse processo, é importante levar em consideração os fatores internos e externos que podem afetar o trabalho da organização.

Em empresas que estão nascendo esta etapa auxilia inclusive a criação da marca e logo, pois o dna fica “estampado” para sempre no negócio e sua “impressão digital” começa a dar condições de competir no mercado já partindo deste pequeno, mas importante diferencial!

ISSO É MESMO IMPORTANTE?

Quando apresentamos o início do trabalho da consultoria propondo a construção da MISSÃO, VISÃO E VALORES é natural o dono da academia perguntar:
– Nós temos coisas muito mais importantes e urgentes para fazer do que isso não acha? Vocês poderiam nos ajudar com as cotações, reformas, ampliações…
RACIOCÍNIO – Esse é um típico exemplo de raciocínio operacional, que pensa em colocar uma consultoria para fazer “tarefas” que outras pessoas com muito menos experiência poderiam fazer, mas a “urgência” se faz de acordo com o alcance das etapas. Na cabeça dos “donos” tudo que é “IMOBILIZADO” tem mais importância, pois custa mais, tem prazos conhecidos de custo e benefício (entrega) e são aquisições patrimoniais, É MEU!
RESPOSTA DA CONSULTORIA – Sim podemos ajudar nas cotações, mas que perfil de colaborador vamos contratar para representar a sua empresa?
Quais os valores queremos que os colaboradores tragam para nós?
Quais dinâmicas faremos para encontrar esses valores em cada um?
Será que se gastarmos um tempo definindo o DNA de sua empresa vamos contratar pessoas que se alinhem melhor com seu CNPJ?
Buscaremos CPFs que somados serão a IMAGEM de sua empresa, pois na área de serviços equipamentos e infraestrutura predial já são COMODITIES, certo?
CONCLUSÃO – Conseguimos criar este espaço na agenda e incluímos o exercício e concluímos a identidade deste negócio.

O QUE É A “VISÃO” DE UMA EMPRESA? A visão direciona a trajetória de médio a longo prazo da empresa e expressa para onde todos colaboradores devem olhar ao pensar em cada atitude tomada.
Projetar uma imagem no futuro do seu mercado, a ser ocupado pelos produtos e serviços de sua empresa”.
O QUE É A MISSÃO DE UMA EMPRESA? – Expressa o propósito e sentido da empresa. Age como uma constituição, através da qual você avalia, toma decisões e escolhe comportamentos. É COMO QUER QUE SEU NEGÓCIO SEJA RECONHECIDO!
O QUE SÃO OS VALORES DE UMA EMPRESA? – Representam a ideologia dos dirigentes: quais aspectos querem respeitar e ver respeitados; e quais querem praticar e ver praticados:
É o centro de todo o PODER, é aquilo que vai definir o “sangue” que corre nas veias dos sócios que deverá definir quais colaboradores podem os representar. São inegociáveis e devem ser cultivados desde o processo seletivo para auxiliar na captação de perfis que deem continuidade e os pratiquem naturalmente. Por ex: justiça, integridade, dignidade, excelência, assistência, paciência, igualdade, humildade, desprendimento, etc… São parte da consciência humana.
Quando as decisões são baseadas em valores e princípios, são escolhas sábias e aumentam a felicidade, o bem estar de quem decidiu e de quem é afetado pela decisão.
CENTROS ALTERNATIVOS – Os centros alternativos são parte de nossas crenças, são circunstanciais. Por ex: Prazer, amigos, inimigos, familiares, religiões, partidos, entidades, posses, dinheiro etc… Quando as decisões são baseadas nos centros alternativos delegamos o poder de guiar a nossa vida a terceiros, que temporariamente podem parecer bom, mas se não nos representa provavelmente não serão parte da cultura.

PARA QUE SERVE O MODELO DO NEGÓCIOS?
Segundo Porter (1985), o êxito de sua aplicação exige diferentes recursos e habilidades, visto que a adoção de cada estratégia genérica implica em arranjos organizacionais diferentes, procedimentos de controle e sistemas criativos. A estratégia de diferenciação consiste em diferenciar o produto ou serviço oferecido pela empresa por meio da criação de algo que seja considerado único pelos clientes.

O modelo de negócio bem desenvolvido destacará esta característica única como a sua “PROPOSTA DE VALOR”, o que permitirá inclusive que haja uma academia ao lado da outra sem que necessariamente se posicionem como concorrentes, podendo agregar clientes ao quarteirão todo e “trocarem experiências” entre si, otimizando verbas aplicadas em campanhas publicitárias por exemplo e até intercambiando seus clientes, esta visão de abundância só pode ser praticada para modelos de negócio maduros.

Em São Paulo por exemplo os principais centros varejistas de rua são segmentados e estão posicionados em um mesmo bairro ou até mesmo quadras.
A Rua Santa Ifigênia por exemplo concentra todos os melhores, maiores, mais caros e mais baratos fornecedores de materiais eletroeletrônicos e ninguém se “queixa” de vender pouco ou ter que vender mais barato em função da concorrência.

Um cliente que é Ex Professor da UDESC e economista, uma vez ao explicar para a sua filha que estava com medo da concorrência interferir no sucesso do seu negócio ao abrir sua própria academia disse:
…”Filha se você quiser ter sucesso na vida e abrir uma padaria, abra ao lado da melhor padaria da cidade…”
Sábias palavras!

Sua estratégia sendo única, você criará seu próprio público, assinatura criando seu espaço e reputação! Responder as perguntas abaixo será uma forma de verificar se o modelo está bem pensado:

o Qual é/será a experiência do usuário?
o Qual problema do usuário você resolve/resolverá com este modelo?
o Este Modelo de negócio dá para ganhar dinheiro?
o A execução do negócio será feita por você ou por terceiros?
o Ações para implantar quais dificuldades vai enfrentar?
o Quais ferramentas de apoio vc usa/usará na execução?
o Como vai medir os resultados?
o Como será o plano de comunicação?
o Como você vai se conectar com a equipe?
o Como a equipe vai ser reconhecida?

Para auxiliar no desenvolvimento do modelo de negócios

Pensem no perfil do cliente atual e do cliente do futuro, as novas gerações, novos hábitos e necessidades. O consumidor pode ser chamado a participar dos processos de criação do modelo de negócios e criação dos produtos. Entender o perfil dos praticantes de exercícios em academias pode ser um importante fator para direcionar o negócio, pois não necessariamente o que vemos nas academias é que podemos ter se nos apoiarmos nas inúmeras pesquisas que existem sobre o assunto. A pesquisa realizada Pelo Professor Doutor Mauro Guisellini, (link) é uma das mais amplas com uma metodologia consistente e nela podemos concluir que, para todas as faixas etárias o principal objetivo das mulheres é a redução da gordura corporal, enquanto para os homens mais jovens o aumento de massa muscular é a prioridade e a partir dos 30 anos o emagrecimento.
Agrupando-se os objetivos, verificou-se que a estética corporal aparece mais do que os aspectos relacionados à melhora ou manutenção da saúde. Objetivos como aumentar o bem-estar e melhorar a saúde aparecem com mais frequência a partir da meia idade.
Estes dados podem ser úteis para a elaboração de programas e uniformização de turmas dentro da academia.
Direcionar os serviços e produtos de acordo com os desejos apontados pela pesquisa pode e deve inclusive influenciar na contratação de profissionais para atender e entender melhor cada público e suas especificidades.

A pergunta que não quer calar : os clientes que estão na academia buscam estética? ou a academia só entrega estética e os clientes que não buscam isso não entram?

Quando percebemos que o público que está nas academias está mais preocupado com a estética do quem com a saúde, pensamos que a baixa taxa de penetração pode estar associada a uma baixa identificação dos NÃO CLIENTES DE ESTÉTICA com as academias de ginástica pelo mesmo motivo. Abordaremos este assunto quando falarmos de baixa competência na COMUNICAÇÃO.

Concorrência ou Incompetência?

As empresas que sofrem ou se assustam com a concorrência sofrem do mesmo problema do empregado que tem medo de ser mandado embora quando chega alguém novo na empresa…pressão!

Aquele que faz bem seu trabalho cria expectativas positivas com a chegada de um novo colaborador, já pensa como vão interagir e contribuir mutuamente. Já aquele que não trabalha bem, desengajado e incompetente percebe que perdeu tempo e seus dias realmente podem estar contados se ele não se reposicionar, ou se reinventar.

QUAL A RELAÇÃO ENTRE MODELO DE NEGÓCIOS E PLANO DE NEGÓCIOS?

O Modelo de Negócio das academias “Low Cost” por exemplo, traz como proposta de valor o baixo preço e servem como porta de entrada para a aquisição de um novo hábito, para jovens, estudantes, ou para fases economicamente desfavoráveis onde é necessário encaixar toda a conta em um remuneração muito limitada.

O cliente que começa por uma “Low Cost” e adquire um novo hábito, ao longo do tempo naturalmente buscará melhores serviços ou instalações em um outro momento, quando percebe o valor que há neste investimento, servindo como um captador para as grandes redes de modelos all inclusive.

A golds gym nos eua (estados unidos da américa), por exemplo, trabalha com a golds gym express que são unidades mais enxutas, menores, mais baratas e servem de porta de entrada para suas unidades maiores.

No brasil a smart fit e a bio ritmo já aplicam este modelo, onde 2 modelos de negócio distintos estão “concorrendo entre si”.

Aqui no brasil temos redes low cost bem sucedidas, mas também estão acontecendo distorções e adaptações deste modelo de negócio em função do cenário ser diferente.
algumas redes já abrem conscientes destas particularidades e já usam adaptações por estratégia própria. outras tiveram que se adaptar durante a operação por falta de conhecimento do modelo, falta de estratégia ou até mesmo falat de um plano de negócios para um modelo pouco estudado no brasil.

Este modelo originalmente traz características de baixo custo e serviços limitados nos países de 1º mundo, porém ao “nacionalizar o modelo” teríamos que analisar as variáveis que listamos abaixo:

LOW COST EUA E EUROPA

1. Clareza no posicionamento LOW COST LOW FARE
2. Aquisição de equipamentos de qualidade a baixo custo financeiro
3. Localização periférica em busca de custos menores de aluguel e manutenção
4. Funcionários multi função,
5. Cálculo de contratação de 1 funcionário para cada 300 ou 4000 alunos
6. Operação de auto serviço
7. Tecnologia de gestão de ponta, disponível e automação de procedimentos reduzindo o Nº de pessoas contratadas
8. Internet de alta qualidade com baixo risco de “quebra do serviço”
9. Contratos feitos para ganhar no volume e não em “multas” ou políticas de fidelidade, bastando 30dd de aviso para cancelar
10. Projeção de 3 a 4 alunos por metro quadrado
11. Taxa de ocupação de 7% em média.
12. Custo operacional compatível com o modelo
13. Preço acessível para a renda média da população

No Brasil vemos a tentativa de criar o mesmo MODELO DE NEGÓCIO, porém provavelmente sem ser feita uma boa análise SWOT, esqueceu-se que aqui há outra realidade, que não necessariamente migrou para os PLANOS DE NEGÓCIO deixando o modelo vulnerável e em algumas situações até inviável.

Vemos hoje muitas “low Cost” tendo que ampliar sua oferta de serviços e automaticamente mudar seu custo, deixando seu preço muito menos “LOW” do que as promessas iniciais.

LOW COST BRASIL

1. Poscionamento híbrido LOW COST incluindo “serviços e competência” como atributos fazendo o consumidor cobrar mais do que “deveria”
2. Aquisição de equipamentos com alto custo financeiro e tributação excessiva
3. Localização central em endereços caros
4. Funcionários específicos por função “paternaislmo” CLTista dos sindicatos e legislação trabalhista
5. Cálculo de contratação por turno de trabalho e não por aluno
6. Operação parcialmente de auto serviço, pois o CONFEF obriga as academias a terem professores de educação física e os alunos buscam por ajuda
7. Tecnologia de gestão limitada, processos e procedimentos raramente são executados
8. Internet de baixa qualidade com alto risco de “quebra do serviço”
9. Contratos feitos para ganhar no volume, porém segurando o aluno com “multas” e políticas de fidelidade criando barreriras de entrada
10. Projeção de 3 a 4 alunos por metro quadrado
11. Taxa de ocupação de 30% em média, deixando vulnerável a operação vulnerável em função da demanda
12. Custo operacional 2 vezes e meia maior que o modelo “importado”
13. Preço 50% menor em função da renda média da população

A relação entre modelo de negócios e plano de negócios é que o modelo irá definir características e posicionamento, o plano de negócios irá quantificar essas ideias e definir como viabilizar esse projeto através do planejamento.

Neste caso das Academia LOW COST por exemplo desenhar o Modelo de Negócios antes é fundamental para a elaboração do plano de negócios, pois se invertermos a ordem corremos o risco dos “números” não refletirem a realidade e termos um modelo “distorcido” em função da falta de recursos e o plano de negócios permite “revisar” a criação do modelo antes disso acontecer e acabar queimando uma boa ideia.

A partir da data prevista para o início das atividades o plano de negócios fará a previsão de recursos financeiros, pessoal, marketing, faturamento, custos fixos e variáveis, tributos, prazos, estoques, indicadores, sazonalidade, precificação, “ponto de equilíbrio”, retorno do investimento, etc…

A partir do plano de negócios será possível ver se o preço pensado ou praticado na região X os custos da operação garantirão uma margem de lucro sustentável ou se serão necessárias adaptações para aumentar o TKT médio através de outras vias como por exemplo cobrar uma taxa pela impressão digital, cobrar pela troca de treino em 30 dias, cobrar pelo uso de bioimpedância, criar clínicas específicas por tema ou grupos de afinidade e cobrar a parte etc…

Entendendo bem os custos fica mais fácil de criar estratégias para valorização do serviços e cobranças adicionais, sem o cliente se sentir enganado. O plano de negócios permitirá que você adote uma regra por exemplo de percentuais do faturamento para investimento em MKT, cálculo de pró-labore, limite da filha de pagamentos etc…
Uma conta básica para um negócio saudável seria que o plano de negócios chegasse no máximo até 65% do faturamento para despesas em geral incluindo a folha sem encargos que gira em torno de 30%, 25% a 30% de impostos e tributos e 10 a 15% de lucro.

ANÁLISE DE CENÁRIO PARA EMBASAR O MODELO E O PLANO DE NEGÓCIOS

A análise SWOT possibilita uma leitura do cenário interno (Fraquezas e Forças) e do cenário externo (Ameaças e Oportunidades). Trazer para a análise pessoas preparadas, representando as áreas analisadas pode ser importante para desenvolver uma visão abrangente e livre de vícios.

Por exemplo para a análise de AMEAÇAS e OPORTUNIDADES monitorar veículos especializados sobre tendências de consumo, cenário econômico e marketing pode abrir outras linhas de raciocínio e ampliar as análises para além do mercado fitness.

EXEMPLO:
Como OPORTUNIDADES, é bom saber por exemplo que as transações pelo celular já ultrapassaram as transações feitas pelo computador pode direcionar as campanhas de vendas para caminhos ainda pouco explorados em nosso mercado.
Que o Brasil caminha para ser a 6a economia do mundo e 400 das 500 maiores empresas do mundo já estão no país
Que cada dólar que o mercado cresceu 70 centavos veio dos países emergentes
Que estão se estabelecendo novas crenças, a pobreza está sendo enfrentada pelo estado, aumenta a Intolerância a inflação e a corrupção.
Que 30 a 35 milhões de pessoas vão entrar nas classes A e B nos próximos anos
Medicina preventiva- fitness alta tecnologia alto acesso baixo custo

Como AMEAÇAS, temos que considerar que há pouco investimento e baixa qualidade na Educação!!! Produtividade baixa, Altas cargas tributárias e que o
Agronegócio de uma maneira geral vai bem e o resto dos negócios vai mal por falta de infraestrutura . Que não fizemos ainda as reformas mais importantes no Sistema Político e Tributário.
De posse de informações como estas podemos “desenhar” nosso negócio levando em conta que regiões não tão centrais como as grandes capitais, podem ser uma opção de investimento para uma academia que atenda uma região produtora de alimentos e que para isso meu plano de negócios pode ter que exigir uma mudança de cidade.

Isso pode ainda impactar no tipo de equipamentos que serão usados nesta montagem, nas modalidades que serão escolhidas, no perfil profissional contratado e reposição de quadro devido a presença de universidades próximas a região, etc

Enfim pensar o negócio a longo prazo e definir bem seu posicionamento é a “base” da casa! Não dá para pensar em paredes, telhado e moradores sem o contrapiso. O triste é saber que a grande maioria das academias nasce ou nasceu sem estes estudos iniciais e sofrem as consequências ao longo de sua história por isso.

Trocar os pneus com o carro andando é muito mais difícil, apesar de possível. O ideal é começar certo!

Agora com todas estas informações, é possível enxergar seu negócio com todas as vantagens e oportunidades de melhoria que estão mapeadas. No próximo BLOG falaremos do próximo passo que deve “priorizar” e dar direcionamento para que todas estas informações levantadas sejam a base das tomadas de decisão e se transformem em ações.

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